sexta-feira, 31 de julho de 2009

SENHOR DEVASSO

Ah... admirável senhor de vida fácil...
Como anseiam as cansadas esgotadas-nervosas maníaco depressivas
pelo bálsamo laudano-opiático dos teus braços.

Senhor de vida fácil... tuas vítimas estão todas aqui, presentes,
desejando teus olhos que brilham sem o fulgor das paixões verdadeiras mas,
que trazem algum consolo, afinal.

Ah... senhor... conduz tuas escravas não-saciadas até o máximo dos prazeres superficiais,
é tudo o que queremos,
e o tempo para as orgias contigo é curto.

Afasta de nossas mentes tudo o que os senhores decentes
passam o tempo todo a martelar...
Dá-nos o alívio dos pensamentos frouxos, da pseudo-análise,
a ilusão do que é te amar!

domingo, 12 de julho de 2009

ELES DISSERAM O QUE EU NÃO ENCONTREI PALAVRAS PARA...


And if I close my mind in fear, please pry it open...
And if my face becomes sincere, beware...
And if I start to come undone, stitch me together...
And if you see me strut remind me of what left this outlaw torn... (Outlaw torn / Metallica)

Mas eu falei nem pensar, coração na mão como um refrão de bolero
Eu fui sincero como não se pode ser
Um erro assim tão vulgar, nos persegue a noite inteira e quando acaba a bebedeira
Ele consegue nos achar, num bar... com um vinho barato, um cigarro no cinzeiro
E uma cara embriagada no espelho do banheiro... (Refrão de bolero / Engenheiros do Hawaii)

While you were hanging yourself on someone else's words
Dying to believe in what you heard
I was staring straight into the shining sun... (Coming back to life / Pink Floyd)

The chapter is opened and the pages are turned
The writings say many things but who was concerned?
Where can we run to now? When will we learn?
When it's lost it's gone forever... (Feels good to me / Black Sabbath)

You wear guilt, like shackles on your feet
Like a halo in reverse
I can feel, the discomfort in your seat
And in your head it's worse (Halo / Depeche Mode)

I used to think that the day would never come
I'd see delight in the shade of the morning sun
My morning sun is the drug that brings me near
To the childhood I lost, replaced by fear
I used to think that the day would never come
That my life would depend on the morning sun (True faith / New Order)

Don't talk to strangers, 'cause they're only there to do you harm
Don't write in starlight, all the words may come out real
Don't hide in doorways, you may find the key that opens up your soul
Don't smell the flowers, they're an evil drug and they'll make you lose your mind (Don't talk to strangers / Dio)

Der herrgott nimmt
Der herrgott gibt
Doch gibt er num dem
Den er auch liebt
Bestrafe mich (Bestrafe mich / Rammstein)

LÁPIDE


O amor se transformou em pedras. Duas pequenas pedras brancas, que são tudo o que se tem a tocar.
Os beijos transmutaram em flores. De todas as cores, aromas... flores sobre as pedras.
As pedras dizem coisas. Pessoas passam por elas. Têm cheiro de flor murcha no verão.
As flores querem dizer, preguiçosas, sem nada falar. Pedem perdão. Gritam retorno. Urgem contato... mas, impávidas pedras separam o que restou, com cuidado.
Pudessem sair do caminho, pedras! O anseio por tocar a morte é crescente - dois corpos em decomposição clamam por terrena paixão, mãos quentes...
Pudesse tocar seus ossos sagrados, esmagar seus cabelos sem viço em mãos, dar sim, mãos aos artelhos encarquilhados... segurar, segurar... para que levem para onde estão...
Projeção do sonho ao inverso e o retorno é sempre na carne: imóvel frente às pedras... flores com rosto para o chão pelo peso de lágrimas.
Tem de se esperar mais um tempo.


sexta-feira, 3 de julho de 2009

ELA OUVE SERTANEJA...

Ah... mulher!
Tantas coisas em ti, tantas, tantas!
E eu... paradoxado nesse teu redemoinho de mulher-maga! Que perdição!
Entrei nas tuas brumas de avalon já faz um tempo... estou na crista da tua onda, se bem que...
Teu olhar de cima pra baixo me cativou! Impossível, naquela 'terça-feira-disposta-a-qualquer-coisa' não ter te notado, lá, naquele degrau da biblioteca (por que não entrou? me pergunto até hoje!)
Teu olhar de cima pra baixo (e eu, lá embaixo mesmo) me dizia quem é que mandava... ah, mulher! E eu, cachorrinho sarnoso (mas, seletivo) te achei... abano o rabo a todo instante, feliz de te ter... (desculpa, 'feliz por ser teu').
Boca sei-lá-eu-que-cor úmida dos verões regados a vinho branco e fruta fresca. Quando se abre, é pra explorar meus gostos e chibatar com voz de veludo meu ouvido não acostumado a iguarias... (às vezes, me xinga)
Braços que me volteiam ao redor do pescoço e descem lá nas costas... mulher elástica fantástica que me doi a mente só de lembrar...
Pernas que não têm vergonha de se abrir e pés que transam calçados nos sapatos (achei meio estranho, mas tudo bem). Ah mulher dos filmes X rated... só espero de ti o inesperado!
Uma barriga tanquinho que não foi feita pra esquentar em fogão e esfriar na pia... (meus amigos vão estranhar) foi feita pra me prensar com toda a delicadeza enquanto os seios... ah, os seios... os seios que dá uma vontade danada de passar sabonete só pra brincar! (espero que não se ofenda ou me ache um babaca)
O sexo... não falo esse lance da 'gruta' porque acho de última! Macho que é macho não se abriga em 'gruta', pô! Mas... o sexo... é algo entre o incandenscente insuportável helioso e o meu, ecológico, destruido, desprovido de camada de ozônio, a queimar! (será que se morre aos 27, transando?)
Ah... mulher! Chuá, chuá, chuá de ti!
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E ontem mesmo, com cara de fada e olhar de cima pra baixo, musa da beleza, soltando claves de sol pela boca, me tirou do transe no comforto do meu carro 2 ponto alguma coisa e disse:
- Adoro música sertaneja, amor!
O quê??? Como??? Cadê o maldito trem???
- Você me ouviu, coração?
Amor? Coração? Sertaneja? Cadê o veludo? A clave de sol? O chuá, chuá???????
Eu, do redemoinho virei tornado, espantei a sarna numa sacudidela de bater as orelhas, me livrando do guaipeca e vestindo o rotweiller... a taça de vinho foi pras cucuias... deixei os sapatos na imaginação do verso do poeta decadente e calcei as tamancas pra descer o morro... tanquinho, só de guerra! Me mandem pra Faixa de Gaza que quero explodir a tal da gruta! Só falta agora ela dizer que detesta churrasco!